roçag-
el.comp.
antepositivo, do adj.
roçagante
, em Bluteau, 1720, que o abona na
Ulisséia
, 1636, de Gabriel Pereira de Castro, definindo-o como "vestido roçagante. O que sendo muito comprido, se roça com o chão... u às vezes só significa a cauda, outras vezes quer dizer toda a vestidura..."; Bluteau, pela própria definição, insinua cognação com
roçar
(ver
romp-
) - e assim seria para com
roçagar
,
rocega
,
rocegada
,
rocegador
,
rocegante
,
rocegar
; a insinuação vem sendo aceita, a exemplo do que fazem J.P. Machado, A.G. Cunha e outros; a situação vocabular do esp.
rozagante
(1603) é morfológica e semanticamente paralela à do port.; mas Corominas não busca em
rozar
'roçar' o étimo, mas no cat.
rossegant
, part.pres. do cat.
rossegar
(cuja pronúncia é igual a
rossagar
) 'arrastar', acrescentando que no occ. ou, em particular, na língua d'oc, desde a Idade Média, esse v. tb. existe; assim, conjetura Corominas que a base dessa noção de 'arrastro/arrasto' é o cat. e occ.
ròssa
, fr.
rosse
, it.
rozza
'cavalo mau, carcaça de cavalo', de orig. incerta, talvez de um germ. ocid.
rôttja
'carcaça', do v.
rôtjan
'apodrecer', donde viria o esp.
rocín
, doc. como
rocino
já em 1156, em cuja história abunda
s.v. rocín
; a grafia port. (e esp.) não exclui, entretanto, a hipótese de Bluteau em sua totalidade, devendo ser aceito o influxo de
roçar
neste grupo de
roçag-
/
roceg-
como de duplo étimo